477
há
coisas que só falo das falanges da forra
ao
escrever do êxtase pro quase exato do tema
e
coisas que não faço não por falta de força
mas
o poder pondera ao pensar sobre o ai quem dera
pois
não ocorreu a hora nem de orelha fora
deu
morrer só assim livre das leis e luzes das letras
mas
vivo dependente de mim pra dentro destas
e
se eu fizesse o que falo de faíscas pra assaltos
os
políticos e os crentes cobiçosos de cabeças
torturar-me-iam
os testículos pra testar a sua cura
mas
há muitas mazelas pra eu mostrar dos críticos
mais
curtos colunistas que colunas da cultura
portanto
falo fácil da fuleira o filho
mas
escrevo difícil pra deleção e é disso
que
precisa o povo pra parar de desperdício
embora
sem dimensão do mais duro documento
queiram
o mole rápido-raquítico que roga
e
quanto mais querem mais o meu caralho aumento
ninguém
tem tempo hoje nos orgasmos dum só órgão
pra
ler minha grandeza grossa gala a galão
entanto
miro longe o lance que me loga
e
apesar de ateu confio que haverá monistas monges
a
vida toda tesos nos meus textos de gavião
pra
me testamentarem o que o torto todo esconde
Nenhum comentário:
Postar um comentário