terça-feira, 7 de outubro de 2014

477

há coisas que só falo das falanges da forra 
ao escrever do êxtase pro quase exato do tema
e coisas que não faço não por falta de força
mas o poder pondera ao pensar sobre o ai quem dera
pois não ocorreu a hora nem de orelha fora
deu morrer só assim livre das leis e luzes das letras 
mas vivo dependente de mim pra dentro destas 
e se eu fizesse o que falo de faíscas pra assaltos
os políticos e os crentes cobiçosos de cabeças
torturar-me-iam os testículos pra testar a sua cura
mas há muitas mazelas pra eu mostrar dos críticos
mais curtos colunistas que colunas da cultura
portanto falo fácil da fuleira o filho
mas escrevo difícil pra deleção e é disso  
que precisa o povo pra parar de desperdício
embora sem dimensão do mais duro documento
queiram o mole rápido-raquítico que roga  
e quanto mais querem mais o meu caralho aumento
ninguém tem tempo hoje nos orgasmos dum só órgão
pra ler minha grandeza grossa gala a galão
entanto miro longe o lance que me loga
e apesar de ateu confio que haverá monistas monges
a vida toda tesos nos meus textos de gavião
pra me testamentarem o que o torto todo esconde

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