terça-feira, 7 de outubro de 2014

541

muito melhor ser livre embora os longos limites
faminto e magro migrando do magreb pra bagdá
sem depender de ninguém e não há quem necessite 
que não consiga comer o caído do céu manado 
e apareça sem apelo à aparência de sinhá 
invés de gordo golem de gases putrefatos
que precisa de códigos pra cadarçar seus calçados
e passear à padaria da prosa em poça máxima
nos pormenores mínimos por modas monitorados
por estiados do estado sem espírito nas letras
porém quem perambula cos próprios pés não para
nas placas nem é proibido de puxar à direita
ou à sinistra mas segue sempre em frente de forras 
carne e mente mentira e mesmo desta maneira 
sou mais que pensamentos peles pelos e porra
tão comuns a montões de moscas a mesquinhez
e apenas partes de mim sem par pra ser perfeito
pois já sou verdadeiro com as vantagens da vez
sem precisar de jamais na jaula jaculatória
de anjos todos iguais sem individuar ao inverso
dos blasfemos arcanjos e sou autêntico agora
e eu mesmo no máximo até a máquina ruir  
o que não me faz monótono porque motivos mostro  
pra mudanças de progresso no paradoxo porvir

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