terça-feira, 7 de outubro de 2014

485

no infinito os versos com vontade e volúpia                                        
se encontram paralelos com as palavras que peço                                          
mas na ordem contrária pra eu contar suas culpas                                          
e muito baralhadas num barulho de becos                                                      
que só de vista vendada pra ver as holorimas                                            
consigo uma ária de arianos arabescos
e isso porque pretendo ir às primeiras causas
e últimas sequências e sumir de tanta cima  
assim não há como cômodo não cometer no caixa
os tantos pequenos crimes que capitando costumo
pro salgado estilo novo noivar com toda navalha
tão amplo é o acerto pro qual arretado rumo
trabalhando em todo turno sem tempo a perder
portanto passo horas a puxar e pôr no prumo
num verso pra mais vero o verem ao se ler
pois a versão é que fica não o fato em ficção
e assim mais belos bélicos e béis ao meu bel-prazer
de estético espírito e não ético avejão 
pois não perdoo e prefiro o pecado e o erro
como um deus ao avesso da alocução átona
num cuspo barbarismo e num bélico berro
só no meu curso corro a cósmica maratona
pra falar da multidão que em mim guerreia e mata
pra eu descansar na calma de uma cova cona

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