terça-feira, 7 de outubro de 2014

571

coragem pra ter crença no cultural progresso 
e moleza não ter fé nas ficções de facção
porém milagre mesmo de mamar contando o terço
duma virgem sabendo a sangue o sumo acinte  
eu presencio de corpo crístico sem caixão
nem careta aos cães de companhia mais de vinte
e quatro horas por dia o divino desce pã
e sobe sendo eu assim no céu como no cio 
e me fascino feito se o fóssil da deusa mãe
em terceira pessoa paparicando a primeira
ou do imediato deus pai me prestando seus pios
na hierarquia hierática do inferno ou da feira
me crio a cada dia aos doze já me dizia
e nunca me arrependo dos arrepios dos arriscos
sempre doido diverso dependendo da estadia 
e o mesmo sustentando meu ser no cercado circo
quer que me admoestem admirados com o avesso
ou não com os seus medos deu mangar dos seus micos
não creio em quem não crio do calor do ventre eterno
pro efêmero a esfriar este espaço-tempo
criador-destruidor divo de desejos e desertos 
com dotes demasiados que em tudo mete os dentes
em mim o cosmo em si que a semelhança nem sente 
se autocriando serpente que sobra pra semente  

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