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coragem
pra ter crença no cultural progresso
e
moleza não ter fé nas ficções de facção
porém
milagre mesmo de mamar contando o terço
duma
virgem sabendo a sangue o sumo acinte
eu
presencio de corpo crístico sem caixão
nem
careta aos cães de companhia mais de vinte
e
quatro horas por dia o divino desce pã
e
sobe sendo eu assim no céu como no cio
e
me fascino feito se o fóssil da deusa mãe
em
terceira pessoa paparicando a primeira
ou
do imediato deus pai me prestando seus pios
na
hierarquia hierática do inferno ou da feira
me
crio a cada dia aos doze já me dizia
e
nunca me arrependo dos arrepios dos arriscos
sempre
doido diverso dependendo da estadia
e
o mesmo sustentando meu ser no cercado circo
quer
que me admoestem admirados com o avesso
ou
não com os seus medos deu mangar dos seus micos
não
creio em quem não crio do calor do ventre eterno
pro
efêmero a esfriar este espaço-tempo
criador-destruidor
divo de desejos e desertos
com
dotes demasiados que em tudo mete os dentes
em
mim o cosmo em si que a semelhança nem sente
se
autocriando serpente que sobra pra semente
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