terça-feira, 7 de outubro de 2014

524

a arte se rebela e a religião reata
a filosofia ficciona e a física desnatura
a mitologia fala dos fenômenos na falta
de versão mais valiosa que nem a verdade ilustra
e permeando cada um como carbono ou água
ao centro de tudo mais que tevê de tubo ou tuba
na sinfonia do eu substância pra substituir instâncias 
escrevo minha história desde isto iletrado
sem omitir um míssil de munique ou miçanga
de songhais pelo prazer entre prédios sem prado 
de me cantar do quintal pra quinta avenida
ou da boa vista a arte da anamnese pro alto
de não me conter nas contas do criminoso sem lista
a plantação do paraíso pois o poema é pra isso
em mim por mim e pra mim mesmo o fim não exista
eu sou a coisa em si sem couro pra ser curtido 
ou caído qual um queixo ou caroço a aparecer  
a vós porque visível a voz que vislumbra ouvidos
por amor de mim mato sem nem um mês de vivo 
o meu inimigo nato e nem nota que não é
porquanto sou o amor da avó em ablativo
e o amante proibido de parentes e parônimos
o sim do matrimônio pra maltratar a mulher
e o patrimônio prejuízo à preguiça do homem  

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