sábado, 4 de outubro de 2014

325

a minha cabeça quente nunca queda vazia
e é quando mais se enche de esquentar a testa
cos destinos da língua pra letrar lusofonias 
que meus demônios feros de fuzil fazem a festa
com suas vozes canhestras pra me compor cantoria
mais a possessão de melos o miolo me molesta
mais saudável tomo posse da poemável poesia
a impossível aos outros nesta ode se orquestra
com virginal vizinha e viés de pornografia 
as viagens dos varões vejo das vaginas pras provetas
num teogônico dia e em seis danados dias
de silentes noturnos nada de noite resta
esqueço ao esquentar o esquerdo hemisfério
se eu não for maior que a material melhoria
de mesada tão parca dos pobres prisioneiros
que cegos seguem sedentos no sobejo neon da via
conduzindo seus carros pro capital cemitério
e se eu não for melhor que a momentânea maioria
de protocolos tão porcos poetas eu cegue sério 
como o pai homero homem-oligarquia
que é um puta páreo pra parada que quero
ambiciosa autarquia não a ambição fria
de babão a buscar benesses e sim frecheiro  
lançando além da luz que minha linha irradia  

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