quinta-feira, 2 de outubro de 2014

194

o nômeno do nada nascido duma macumba 
na minha ode não entra nem entre o esvão
dos pontilhos do trema já tombados à tumba
porque nômades nuvens me noiam a imaginação
e atravancadas árvores me ativam reminiscências
pela seiva a singrar no cerne da assombração
pelo sol a sair das sombras das primeiras
energias hídrica e ígnea em interdependência
por mais régia com seus raios que ruja a estrela
por mais regido a rimas e ritmos que eu pareça
dependendo de tudo pra ser tudo de trelas
ao talo onde o símbolo sumo sem sutileza 
se arvora por frestas de folhas e suas flores
das árvores copadas com caules cheios de camadas
contra a sombra frágil sem fim se todos forem
sobre as folhas férteis se finando demoradas 
por cima do chão cheio de cheiros e sabores
de vida pra alargar o arvoredo amontoada
mas uma nuvem pequena de pluvioso pouco
encobre nosso sol e suando nossa sala
um apequenado homem dos orgânicos ocos
descobre um demônio e lhe dedica energia
como um caracol que em carapaça se acha 
num lento caminhar com cautela e covardia 

Nenhum comentário:

Postar um comentário