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um
deus ou um mosquito um mosquete ou uma musa
sem
blusa e gostosa ou gorda gravetense
oferta
a ideia inicial e inconclusa
depois
uma palavra puxa a outra e não pense
que
o sentido é o essencial pras eclusas
se
unirem e apenas um apenso de amanuense
o
sentimento que sofre na solidão que não cria
pois
quando me pariram já pairava a poesia
sem
quem lhe desse a mão à memória e magia
da
enorme energia no esforço e prazer
de
juntar o espólio que estava espalhado
e
o portentoso poema aos poucos a se fazer
complexo
produzido de pequenos poemas
simples
como um tiro que traz sem tencioná-los
os
famintos da grande guerra por guloseimas
e
do modo que o montei é mister desmontá-lo
pois
quando comecei nos quilômetros acima
da
fonte tão pequenina nem pensava a seco palo
que
meu cante cavaria cânions com a sua voz
e
passaria por colinas e quilômetros e climas
abaixo
e acabaria ao acostar-se à foz
em
mar pra continuar sem correias a correr
e
se questiono o começo e o contínuo me dói
aí escrevo não paro
não penso no porquê
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