sábado, 4 de outubro de 2014

328

um deus ou um mosquito um mosquete ou uma musa 
sem blusa e gostosa ou gorda gravetense
oferta a ideia inicial e inconclusa
depois uma palavra puxa a outra e não pense
que o sentido é o essencial pras eclusas
se unirem e apenas um apenso de amanuense 
o sentimento que sofre na solidão que não cria 
pois quando me pariram já pairava a poesia 
sem quem lhe desse a mão à memória e magia  
da enorme energia no esforço e prazer
de juntar o espólio que estava espalhado
e o portentoso poema aos poucos a se fazer
complexo produzido de pequenos poemas
simples como um tiro que traz sem tencioná-los   
os famintos da grande guerra por guloseimas 
e do modo que o montei é mister desmontá-lo 
pois quando comecei nos quilômetros acima
da fonte tão pequenina nem pensava a seco palo
que meu cante cavaria cânions com a sua voz
e passaria por colinas e quilômetros e climas
abaixo e acabaria ao acostar-se à foz
em mar pra continuar sem correias a correr
e se questiono o começo e o contínuo me dói
aí escrevo não paro não penso no porquê    

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