sábado, 4 de outubro de 2014

351

não me ocupo de homem ou orangotango que o valha
corno de cá com lixo do lar ou loja pro largo
ou se distante daqui drogado da cornualha
me ligo em mim limpando a lâmpada do querer 
pra mais luzes meritórias e menos leis e encargos
em minhas fases e faces a florir-fenecer
pois estou todo em mim em matéria e matésis
e me sou por completo a complicar pra crescer
devoto por vocação à voz que eu me verse 
não por dever afásico mas atraído por alguém
e amistoso cos amigos pois amar eu consigo  
sem armas nem armazém ou não há e a ver também
só se estão por perto pra palavra e pro púbis
do meu desejo estético pois como eu não enxergo
iracema ou américa o amor com arcabuzes
a ideia duma coisa nem do catequista kong
exclusivamente as coisas que caem de cansaço 
podemos amar ainda que o artista se alongue 
em juazeiro ou na judeia sub judice ou cruciado
porém não há como amar azarado dom joão 
ou giacomo as coisas todas e casar com cada caso
a maioria nem conhecemos a cara embora os canais
como amar alguém com anéis no dedão
sem ver sua musa melada na mesa miando por mais

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