terça-feira, 7 de outubro de 2014

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na comédia sem atos atiro ao aleatório
e quem quer que eu vare a vitória à vera
é minha pois sou todo sem taxar o teatrólogo  
o dramatis personae mais populoso que a pérsia
da peça bem pesada e pensada mal e sei 
que dois formam família até sem filhos nesta
incontinente ilha e três institui manada                                                   
mas só um é suficiente pra sondar com torquês 
o inconsciente toldado e todos torná-lo nada
que pereça o país mas dum pé eu não me queixe 
se são cinco mil manchas a mancar numa turba
e apenas cinco pães e um páreo de peixes 
faço fome na fila e fundo na minha cuba
enfio o festim e falo que o felino comeu
contudo sou mais cruel e um cone de fuba
mais mérito tem pra mim que o maná do céu
e os peitos de prata e porque o sol da juba 
aqui não estou nem aí pro alheio que se fodeu
sempre existirão esmoleres mas esperto
e rico como eu jamais com mais júbilo a jazer
como grão desterrado nas dunas do deserto
que a ser parte no saco da sujidade ralé 
se expiando se estranhos não estão por perto
ou de mel carecida pra côdea do café

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