terça-feira, 7 de outubro de 2014

445

o príncipe do planeta sou porquanto o venci
a depreciar as divinas dádivas pois são dívidas
e as humanas glórias de garra à gola dos vis
e exerço a exclusiva que existe na vida
a minha de ser eu mesmo pois deste modo o quis
nem quero consagração dos cortesões de rapina
pra cabeça coroada nem que os calejados pés
me lavem de cara lisa boa de levar é pisa 
os por hipnose hipócritas e os hidrópicos lebréis 
pois não osculo ovos nem de orgíaca cacauína
de paixão dum platônico ou passagem de ralés 
e não creio em caligem nem me curvo às retinas
vão pra porra os príncipes do planeta e suas divisas 
senhores não existem pra quem escravo não é
quem a si mesmo se ama acima que nem avista
de todas as coisas casa comida e por comer 
o único pecado é preterir o próprio
por qualquer alheia guisa de gado pro gourmet
e me afirmo sentencioso o singular sagrado
santificado seja meu nome tão sonoro
embora possa haver alguém assim chamado
mas não este eu cumprido no canto tanto quanto
no mudo monitor aqui é o mundo todo
pra sua grande glória é grave que subumanos

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