sábado, 4 de outubro de 2014

354

de mim sou um idólatra e iconoclasta do impróprio  
porém em cada coisa caso ca natureza
e enxergo a beleza de bamboleios e bólidos
inclusive no escuro das estações europeias
em tudo até em trilhos tersos e pontuais
e a feiura a formalizar até as feras na ideia
da coisa que sem caso com o corpo mesmo linda 
num rebolo não bate a bunda dos bacanais
e admiro as outras beldades desta bola bulida
mas com princípios de príncipe precipitado pro supra
sou um narciso ainda que em águas abissais 
e sei que não são mais belas mil bagres pruma bugra
que os olhos pra morada do milagre cos quais miro
o areado espelho e o espectro se espalhando
me amo de paixão parte por perto o primo partido
e sou correspondido a cada vez como a prima
e me vejo e a verdade se vislumbra e me gamo
e em primeiro plano me pego não pela rima
da beleza da mulher o mármore dos melhores
primeiro só eu sou homem de ofício ostensivo
orfeico sem oficina que me obre o cobre
não feito em faculdade ou por fiscais incentivos
em efeito o mais enorme espetáculo do orbe
e parece que o pior é plagiar-me em intensivos

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