segunda-feira, 6 de outubro de 2014

408

dou graças a deus ave no meu asteísmo ateu
e aos seus alados anjos pelos andros de antolhos
que não sabem dos deuses que desgraça meu deus
de mim e outrem ninguém ao nada naturante
e criador mas cultuarei quiçá um dia a outro
que é por natureza ao natural negante
seja frey ou francisco e que eu faça sua vontade
com a condição causal dele me cultuar antes 
fazendo a minha por vício da vaidade das vaidades  
isso se algum quiser que eu o cultue pois não confio
e nem um cão me cultue porque questão não faço
e digo ao mirar a malta no mínimo existiu 
um deus e imbecis são todos inclusive o idolatrado
e sorvo a solidão onde eu sou o máximo
e minha humana forma dá forma aos fantásticos
e mesmo assim mais me meto nos seus desígnios
mais os deuses desconheço tal é sua desnatureza
de trejeitos tragicômicos no meu trajeto sem teísmo
a rir de deuses e deus na sua derrocada réus
a minha relação íntima cos ídolos nunca igreja  
pois se a mim de certo serve pra suma mas nem deus
o delinquente senil serve se a mim não sóis 
e ao dito deus somos nós digo mas logo eu
entanto estarei contigo se estiveres a sós

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