quinta-feira, 2 de outubro de 2014

176

na minha cabeça o gênio que me gera num jargão 
de estudo e estremeção está quatrocentas vezes  
mais longe que a girar os jins desta geração
em torno de mim sem fúria então do meu foro fora  
domínio onde domino demônios não fazem messe
nem leis pois sou a lei e lanço minhas modas
nem reis pois sou o rei rebelde fora de tempo
e se estou fora de mim da matéria é mentira
ou é outro eu somente pois sou ainda supremo
corregedor sem concórdia nem comigo na lira
brigo comigo mesmo pra e por mim mesmo mordo
estou acima de todos nem tudo meu trono tira
sou em mim por mim mesmo o mestre absoluto
o ser de todos os seres de sonsos e sem modos
meu sim sem cicuta incluso das circunstâncias avulso
nem nada me escapa da extrema escuridão                                         
e ao covarde que de cá consegue escapulir
de garapa um copo como compensação
o alheio é declínio e declino dividir
pra cantar mais caudaloso a cada repetição
abaixo abaixa abraxas abusivo escandir
do eu eu eu eu eu eu eco escutado no sidéreo
de fogo nas favelas com fome de imensidão 
e ai de quem como eu não me contar a sério

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