quarta-feira, 1 de outubro de 2014

30

palmeiras da paraíba e palmares das boréades 
um manancial de marítimos mentares me expandem 
pra eu matar a mergulhos a monumental sede
de não ter uma sede a me sugar o sangue                       
e descansar a dúvida que se divide aturdida                    
no oásis salobro de serpentes sobejante                         
do deserto de sol-sal da solidão mais soída
que diz em dicotomias e deduz em aporias
o irreal é irracional e a inversão se valida
do sólio e do seio da solidão duradoira    
a si mesmo se prende o poeta prodestinado
pra se livrar com livros das legalistas moiras                
que ambicionam me amarrar com arame farpado
na frágil fiadura do com fuso destino
mas ao império anarquista e alvo aristocrático
a solidão criadora é castelo sem castas
é céu sem sumidade pro semideus ladino
e solitário da silva em sua cela encefálica                       
o poeta escreve e escava escaravelhos
da turbulência da terra testificada em letra
pra se proteger das provas do pentatêutico velho
que ignora os símbolos que sombrejam a celesta
da mole emoldurada nos espectrais espelhos
feitos com a areia da arcaica ampulheta                          

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