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solitário
eu sou o mais sólido hominídeo
e
o mais mole mito que múltiplo é uno
solitário
eu sou o sanguinário vampiro
a
me consumir em piras do plutão mais profundo
e
o cônsul que visita os vizires eus vizinhos
solitário
eu sou o ser todo o mundo
e
o querer todo o ser que somente sou sozinho
solitário
é o símio que sozinho não é zeus
pois
se teos superlotado de si e sinhozinho
despreza
quem do dom de deus não tem possessão
solitário
o símio que sapiens não é deus
porque
a excelência surge no seio da solidão
e
só precisa de público a pobreza espiritual
sem
o sobrenatural nas soledades me sinto
dissoluto
e divino pro meu desígnio ser sal
e
o tal a imitar-fingir em folhas fisioterápicas
um
universo surdo aos sacrossantos sinos
a
sempre me vos mentir em metafísicos mapas
sobre
quem não sou sob o semblante machê
do
qual sou feito e fado em fótons apolíneos
mas
nunca exclusivamente ou exceto a escrever
dos
violinos que violam as verdades só de ouvir
o
que desde criança eu não consigo crer
pois
os adultos mentem sem medir o mentir
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