terça-feira, 7 de outubro de 2014

465

e ninguém me agrada quando concentro no concerto
ninguém me seduz nem sinto saudade da sereia
ninguém vale nada nem com notícia dos meus netos
ninguém me conduz nobre cavalheiro que campeia
e aí um morra aos mecenas e aos magníficos médecis
eu sou meu próprio médico moedeiro pro pé de meia
me autovalorizo tão pra tanto com muitos testes
nas casas de cambalacho e câmbio que visionário
me não vendo nem me compra quem comigo compete
e parto sem empréstimo de empreiteira pro êxodo
e volto rico de riso sem um real que iluda
nem paro de ser eu do esôfago ao esqueleto 
sou o começo desde a cuna cabeluda
e o meio progredindo de punheta ao paracleto
de cunete à curra pra cavar a rabuda
e o fim sofisticando com sentimentos sujos 
os significados do sexo pra sempre a velha trepada  
e eu criação dando sustos no social seguro
de mim mesmo pra nada de nagazáki ou nazca
que não seja eu sem espéculo pro econômico expurgo 
pois só tem monta o mundo se à medula naja
se incorpora o ponto principal do panorama
me determino dia-a-dia meu próprio demiurgo
pra eu não parar de pé em pó ao pindorama

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