quinta-feira, 2 de outubro de 2014

203

eu sou sem silhueta pra sacar todo enigma
me conto a conhecer com mais caras que shiva
em hermética escrita de efígie meio antígona
me não é fácil saber nos signos santos e silva
mas cá ao áurico arco-íris se alcança acesso
a ranzinza resposta pro ruído em vossa gengiva
porque em cada canto da cabeça ou do universo 
só existe no eu onde existe o meu palato
apenas aqui o ato que artista me interesso 
tem gente sem gostar da guerra do gaiato
mas pode perguntar com pavor de seu destino
pra onde ir se não faz seu fado em seu fato
pois não me intimido e hiperbola meu íntimo
em palavras libertas de larva a libélula
se espalha em bactérias pra bondoso e bandido
nenhum divo de verdade por mais valioso o verso
pode permanecer sem pérdidas intacto
sem na viagem se perder do povo seu professo
dividido me expando em escolas e estábulos
em profusão de príncipes de purista a canastrão
e sou mais e maior nas mentes dos ludibriados
que qualquer mero número nas notas da nação
louco a me seguir pro sombrio sublimado
eu o nome mais nobre na nave à perdição 

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