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é
bem melhor pagar a previdência ao privado
que
a pública providência se privando no aguardo
nada
nos é de graça nem é dum grato grado
e
a graça divina nos deseja devedor
a
cobrar de arrasto em ágapes aguados
e
não grassa nem tem graça o meu gasto humor
nem
há nada de sério no submundo ou no céu
que
me arraste pra aguardar aquilo que não vem
que
não tem pra ninguém nem nunca me negaceio
pois
o que tem que ser não será suficiente
entrementes
estou a esperar alguém
e
sozinho não suponho que seja imediatamente
ou
na véspera esteja estagnado a me esperar
porquanto
nada existe se execuções me exige
que
me faça imediato se o instinto não incitar
pois
mesmo se esperarem que eu espere espectros
mudo
o metro mediato a mediar meus atos
e
enquanto em estro de esperança os versetos
o
mundo menospreza o mundinho esperançoso
de
aspirina desprovido desespera em delírio
e
essa esperança era a extrema à beira poço
da
sala de espera ao espetaclo experiencioso
que
eu tomei a tóxico dum terror de alvoroço
antes
de adormecer na ação deste esboço
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