terça-feira, 7 de outubro de 2014

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penso mais em fazer a façanha de força 
que em entender o que faço ou não fabrico um fólio
e sei exatamente o exigido na escola
mas somente na sazão e o melhor sempre escolho
pra mim por mais ou menos que a maioria me foda
só há uma vontade nos meus vários eus vaidosos
tudo que faço e falo e finco e retiro
é de e por mim próprio de pacto co que penso
testemunho alheio não presto nem peço nem preciso
pois de coração ao cúmulo sem companhia me prefiro
e duramente digo as desgraças do berço
até a cova e contra o criminoso atiro
estas palavras pedras de preto no aceso 
que bem no juízo sob jugo de jogatinas miro
pra estourar a escuta de quem está do avesso
pois nada mais que os fatos falo sem fardo ou farda
pra libertar os príncipes e percebo serem poucos
os ouvidores sem fés em financeiras e fadas 
os sãos artisticamente de aritmética e algoritmo
a destoar na diferença dos dígitos de seus cômputos
no ritmo e cadência craniano-cardíacos
são filhos os filiados da falácia e moucos
mas de gritar não rouco e rimo que se rompam
as correntes espectrais do eunuco escopo  

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