quarta-feira, 1 de outubro de 2014

83
  
estou encarcerado por enquanto e mais um pouco
na certeza que cerca os sentidos num quadrado
do espírito livre e levemente louco
dos primitivos divos em doenças deitados
que me prende a mim se na madruga morri
só em eu acordar na alcova acorrentado
da divindade delírio de doidos de pedra gnóstica  
mas da alfarrábica alfafa me alforrio a imergir  
panteisticamente preso na palavra parabólica
que me liberta de vós se vivi sem vigiar-me 
só em eu adormecer nas aleias do meu âmago
e se satanizo sempre por suspeitas de alarme
as lorotas deidades que dialogam com devotos
e se bendizeis benévolos tais bestas atrás de rango
a vos toldar com tolices mais tépidas que a loto
meu díspar desejo é por distinções vivíficas
pois não sendo de porte pequeno ou ao céu portão 
a morte é a única unidade e ubíqua
porquanto mais velada que as vidas que vão
e pros numes entendermos nesta existência exígua
carecemos ser deuses da mais douta dimensão
mas somente saberemos se somos neste interim  
num porvir de serafim que será a saída
pra não perecer o poeta que prevejo pra mim         

Nenhum comentário:

Postar um comentário