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estou
encarcerado por enquanto e mais um pouco
na
certeza que cerca os sentidos num quadrado
do
espírito livre e levemente louco
dos
primitivos divos em doenças deitados
que
me prende a mim se na madruga morri
só
em eu acordar na alcova acorrentado
da
divindade delírio de doidos de pedra gnóstica
mas
da alfarrábica alfafa me alforrio a imergir
panteisticamente
preso na palavra parabólica
que
me liberta de vós se vivi sem vigiar-me
só
em eu adormecer nas aleias do meu âmago
e
se satanizo sempre por suspeitas de alarme
as
lorotas deidades que dialogam com devotos
e
se bendizeis benévolos tais bestas atrás de rango
a
vos toldar com tolices mais tépidas que a loto
meu
díspar desejo é por distinções vivíficas
pois
não sendo de porte pequeno ou ao céu portão
a
morte é a única unidade e ubíqua
porquanto
mais velada que as vidas que vão
e
pros numes entendermos nesta existência exígua
carecemos
ser deuses da mais douta dimensão
mas
somente saberemos se somos neste interim
num
porvir de serafim que será a saída
pra
não perecer o poeta que prevejo pra mim
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