sábado, 4 de outubro de 2014

286

o povo porque parvo e poderoso tal besta
não sabe o que faz mas fabula como fozes 
inventa e expande nas estradas sem esteta
a língua que falamos com fonemas ferozes
e de instruidor poder o poeta profeta
sibila até mais que sabe com sílabas agridoces
em quantos compartimentos comprime e recria
a língua que com excesso de exéquias escrevemos
apesar do esforço pra lhe emprestar energia
pena não existir mas a esperança exige
o meu povo letrado pra línguas que nem lemos
até no meu ego escasso de esperança resiste
no protetor poltergaiste que produzirá safiras 
pro seu povo capaz de compor das cantatas 
a única lei que vale com voz pra toda vila 
é a desta palavra por psicofonia passada
mais a da elite escrita que um escriba reunira 
que a da plebe fugida como fumo falada
pois daquilo que falo do meu falo pra fora
jamais alguém me file a forma pra mim tão fácil
escreva pra eternizar seu ego senão lhe cora 
o fracasso nem faleis da forma em que escrevo aço
pois tão difícil dum dístico se distinguir da tora
senão seríeis mais fumaça que o fogo que vos faço 

Nenhum comentário:

Postar um comentário