quarta-feira, 1 de outubro de 2014

70

o sonho dos meus sonhos sem sesta a me desligar
é não ser serviçal nem servido do não-ser
na macilenta senzala do soturno solar
nem de um sol que saísse das sombras de mim próprio
posto eu sem pretensão de patrão a receber
dos vassalos viciados no vertiginoso ópio
dos caiados casarões do criador do penhor
e o desafio de destruir os déspotas terrestres
está longe de acabar por haver ainda um mó
mas com meu ínclito intento se inicia nesta data
o desafio de destruir até déspotas celestes
baixai crentes a crista e a cauda oligarcas
em mons bem como são baixas vossas boas intenções
da poupa da papoula ao populacho estrito
e se existe o espírito é espirro nos peões 
com eldoradas patacas de paraíso e prata
não ambiciono e abjuro o vosso avesso messias 
como ateus não ameis os avantesmas das castas
o vosso om me ocultai de ouvidos pra sinfonias 
posto que não podeis mo presentar aos olhos
e tentai destruir sem dó de democracia
esse cristo irreal de irracional ideal
a com guerras vos erguer do espírito egoico
sobre o sonso sarcasmo de círios e natal                       

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