segunda-feira, 6 de outubro de 2014

381

o bem e o melhor na medida do maior
estarão só no passado peça em mão de pirralho
que persiste permutada no porvir do senhor
quando eu for passado e os presentes num papo
me sentirem ou não sei e nunca serei nota
um meteoro na memória da matéria em cacos
a guarda-vidas por vesgos vidros de nós seus veres  
e é em pessoa a morte nos mostruários da moda
o esquecer embranquecendo os ébanos caracteres
mas sem ter um tostão pra trocar espero ainda
que me lembrem nas lojas dos livres pra dar seres
enquanto ela lida a lustrar com luto a vida
morreste e não morremos é um magno costume 
e todos morreremos numa manhã sem mamas 
não por não entendermos estrelas ou estrumes
nas nuvens ou noticiários que sem noção nós lemos
sinais do tempo como sem cortes em qualquer palma  
viveste e nós víamos mas vida é um nem lembro
sim porque sempre sim senão já é decadente
mas nem todos vivemos valei-me viracocha
nem todos escrevemos estiagens ou enchentes
o que achamos das aves doutras abertas coxas 
sem asas nem servidão mas servirão supérstites
pra provar que em poetas de paz não éramos trochas

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