quarta-feira, 1 de outubro de 2014

33

a buscar as burlescas e benditas certezas
a profundeza profética do poeta indômito 
atávico avatar vê em asceta com reta
interminável vida sem as valas de vômito  
onde só há um parvo que perecerá de pressa
escuta um silêncio de cemitério sônico
onde a onomatopeia dos ondeamentos secos
do eco estridente das eólicas trombetas
do trovador enérgico equivale ao estrépito
que se equaliza e os dois ao que duvidar se deva
e nas humanas mudanças desse modo medito
arteiro de artures e artesão por evas
pois não nego no mínimo mimético os mitos
e no máximo memético vos mudo a verdade
dos super sacrifícios dos subnutridos ritos
pois verdades há muitas em material manobra
mas espiritual nem uma útil pra humanidade
e as ímpias incertezas a imortalizar-me a obra
com palavras em papel são as pagadas dívidas
pela morte certeira que sempre nos sussurra
e a duvidosa voz da voltívola vida
que não jogarei jamais mas sem jejum nem juras
a convicção diminui e se dilata a dúvida
e hoje sou só suspeitas das certezas mais duras             

Nenhum comentário:

Postar um comentário