terça-feira, 7 de outubro de 2014

468

eu pensei como quem não quer nada quimérico 
e começa a expedição ao eldorado do ego
em conquistar continentes sem conhecer quantos eram
com minhas próprias mãos moldadas pra inovação
quando veio a preguiça cum pinheiro e pregos
pra segurar a direita de deus que sou desde então
tirana com suas técnicas e tics nervosos e rápido  
comecei a escrever duma estrofe a um épico
e meu caráter caseiro e conquistador barato
combinou com a poesia que da porta não passo
mas sou o único coiso que conquista o cosmo
e comigo não enguiço de tanto encher espaços  
pois a única certeza pra eu saltar a cerca
do cerco é que na dúvida e isso se dá direto
eu escrevo com raiva rasgando rosa em charneca
sem tetrafólios trevos pra teatralizar as laudas
escrevo já que sou em cada célula o sexo 
necessidade púbica ainda puto a patadas
e mais cínico que crítico os coetâneos e os clássicos
eu leio e a lembrança sem as leis da letra artística
mais se arruína arredondando arabescos caligráficos  
e escrevo e experimento hespérias que nem cansa 
como se em bises voasse de veraneio e a vista
bayeux na frienta frança financiando minha infância

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