quinta-feira, 2 de outubro de 2014

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quanto maior o complexo mais curiosamente vivo
ativo pra alterar o atávico costume
que sagra as sujeiras mais sórdidas em livro
e eu de maus costumes no caminho do lume
do meu poema profano de pátrias a vigários
e é o sangue que sobe saboroso perfume
a opor correligionários e combinar contrários
pra arrasar ao máximo com o mínimo molente
de esforço mais valia pra me virar em vários
pois sempre sonhei ser pra sentir completamente
todo o mundo ou mundos se há muitas realidades
nunca um desses nulos que não notam nem sentem
sempre alguém no meio da maior multiplicidade
sonhei ser pra memória do que mais me mentia
o outro no ostracismo que no onírico me invade
talvez a ciência pra sempre me ceda a biologia
e a arte seu início o imortal intelecto
nos neurônios dos meus clones que quanto eu queria
talvez superior eu seja a mim sendo o teto
em alguns outros altos e em abundantes pisos
nos renatos dos meus restos e em raquíticos fetos
sem me serem mas serão mais que sou nos avisos
que deixo escondidos nas estrofes pra espertos
a sortir num só som de sonetos a indrisos

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